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Por: Líderi Jr
A atividade apícola no Brasil teve início em 1839, a partir da chegada do Padre Antônio Carneiro, que trouxe algumas colônias de abelhas da espécie apís mellifera da região do Porto em Portugal para o Rio de Janeiro. Houve a introdução de um outro tipo de abelha no Brasil: a abelha africana. Como consequência, a apicultura brasileira foi grandemente modificada quando, por um acidente, as abelhas dessa espécie escaparam do apiário experimental e passaram a se acasalar-se com as de origem europeria, formando um híbrido natural chamado de "abelha africanizada".
Com o passar do tempo, houve uma profissionalização da atividade apícola e, desde então, o Brasil tem se mostrado um solo fértil para a atividade. Outras raças raças foram introduzidas posteriormente, principalmente nas regiões sul e sudeste, por imigrantes europeus. Por conta disso, o surgimento de um grande problema no manejo dos apiários ocorreu, devido à agressividade dessas abelhas e muitos apicultores abandonaram a atividade. Somente após o desenvolvimento de novas técnicas adequadas, por volta dos anos 70, a apicultura voltou a crescer e se expandir para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Na Paraíba, há relatos de que a primeira cooperativa surgiu na década de 1980. A COOPIL (Cooperativa dos Apicultores de Catolé do Rocha) foi criada para auxiliar os apicultores e atualizar o processo de produção. Edivaldo Pacheco, bacharel em Direito, Técnico Apícola, Apicuterapeuta Cllínico e descobridor da origem Botânica da Própolis Vermelha do Nordeste forneceu um relato à Líderi Jr., no qual afirma que:
"A apicultura no estado da Paraíba é uma coisa muito interessante porque nós temos um potencial incrível do litoral ao sertão. No litoral, nós temos uma produção de própolis vermelha durante quase o ano inteiro e produção de pólen. A mata atlântica fornece méis maravilhosos, a apicultura longe de canavial ou até próximo de canavial prospera por conta dos manguezais. No interior, aqui na zona da mata e do brejo, é uma apicultura muito rica, a variedade floral é intensa".
O relato ressalta o diferencial e potencial que a Paraíba possui nesta área. O produto, desde 1980, tem ganhado destaque consolidando-se com um grande potencial exportador. De acordo com dados do Comex Stat, no ano de 2019, a exportação de mel natural rendeu aproximadamente 68 milhões de dólares, cerca de 30 mil toneladas em peso líquido. Por outro lado, em 2020, foram exportados mais de 50 milhões de dólares, o que é considerado um dado positivo tendo em vista o contexto da pandemia.
De acordo com Edivaldo Pacheco:
"A apicultura rende muito, o que nos falta é capacitação. A apicultura precisa de investimentos, os apicultores muitas vezes se tornam apicultores por conta da existência da abelha em si e por ver um outro colhendo mel em abundância. As pessoas costumam capturar o enxame no início da florada, colhe-se pouquinho no final da florada e, na entressafra, não há manejo produtivo. No período o qual poderia haver produção de própolis, cera, enxames; há abandono por causa da pouca florada. Se captura enxames, se produz pouquinho e o ciclo se repete".
Portanto, é notório que apesar do maior reconhecimento da população em geral e grande potencial produtivo beneficiado pela flora paraibana, ainda há pouco incentivo para promover a capacitação dos que dependem do setor de apicultura, o que pode ser considerado como um desperdício de capacidade produtiva e geração de renda no estado.
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