Por: Alba Tavares
O ritmo de desenvolvimento da pandemia ao redor do mundo deixou bem claro que os efeitos da COVID-19 continuarão sendo sentidos pelas mais diversas áreas de atuação. Assim, o cenário de paralisação parcial das atividades aliado ao desespero generalizado quanto às incertezas futuras contribuíram para o desestímulo empresarial, levando a uma das piores crises que o mercado mundial já experimentou.
A diminuição do fluxo de pessoas e mercadorias, decorrente de medidas preventivas implementadas pelos países (fechamento temporário de portos e fronteiras, por exemplo) culminou em uma tensão no comércio internacional, fomentada pelo medo de desabastecimento interno, que gerou estímulo à retenção de produtos e desestímulo às exportações. É temerário que o ônus disso tudo recaia sobre os países mais fragilizados, e é nesse sentido que organizações como a Organização Mundial do Comércio, a Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - OMC, OMS e FAO, respectivamente - defendem a ativação de mecanismos de cooperação internacional.
Brasil como exportador de commodities agrícolas
Tal qual outras economias mundiais que sustentam grande parte de suas exportações com commodities, o Brasil sofreu os impactos iniciais da crise em matéria de alocação de seus produtos, como a soja e o minério de ferro, que em grande parte tem destino final a China.
Porém, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção agrícola deve garantir certo alento à economia brasileira no ano de 2020 mesmo diante da pandemia graças à venda antecipada dos produtores, que conferiu certa segurança ao setor. Dentre suas principais commodities agrícolas, o país exporta café, soja e bovinos. Segundo a CONAB, a produção de soja deve se manter estável este ano, a de milho provavelmente subirá, enquanto que a de algodão deve inclusive superar as expectativas iniciais, alcançando uma marca de 2,88 milhões toneladas da pluma - que ainda assim, sofreu com a queda nos preços do petróleo, uma vez que diminuiu consigo os preços do poliéster, principal concorrente da fibra natural.
Em relação às frutas analisadas, a grande maioria apresentou alta nos preços, com destaque para banana (17,39% na Ceasa de Pernambuco, e de 1,73% na de Minas Gerais) e laranja (alta de 35,9% em Pernambuco e de 2,78% em Goiás). A alta de preços registrada no caso das frutas cítricas (como laranja, limão e tangerina) se deu, principalmente, pelo aumento de sua procura na pandemia, já que são ricas em vitamina C.
O superintendente do Instituto Mato-grossense de Agropecuária, Daniel Latorraca, explica que já havia baixa nos estoques de alimentos no mundo e a situação piorou após a pandemia. No entanto, o especialista de mercado afirma que, como tratam-se de bens essenciais, a alimentação e saúde continuam sendo a prioridade dos governos nacionais, isto é, o modelo mais provável não é de redução da produção. Contudo, se há “poucos estoques, então o que vai acontecer é que o preço sobe um pouco mais”.
Expectativas do Mercado
O isolacionismo defendido por algumas políticas do sistema internacional pode ser encarado como uma ameaça global. O protecionismo pode atrair o interesse dos governantes que desejam manter sua autonomia econômica, todavia, o papel vital da cooperação no mercado internacional é elucidado a partir da própria comercialização dos produtos médico-hospitalares no primeiro semestre de 2020, cujo setor apresentou altas significantes.
A ausência de cooperação associada aos efeitos da pandemia na cadeia produtiva mundial nesse momento desencadeia, além de expectativas bastante negativas para a economia mundial, o medo de uma crise alimentar global que atingiria majoritariamente a população mais vulnerável e os países mais pobres, muitas vezes afetados por conflitos que dificultam consideravelmente a lógica de distribuição de alimentos. A discussão ainda se expande para outros dois pontos, de acordo com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento: também podem ser entendidos como alvos de uma crise alimentar global países com variação climática acentuada e aqueles cuja moeda enfrenta desvalorização constante.
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