Por Isabelly Lima Oliveira
Empresas chamadas “Born Globals” são empresas de pequeno ou médio porte, empreendedoras e que estão engajadas nos negócios internacionais, ou seja, engajada em sua internacionalização desde sua fundação. Empresas com essa condição surgiram principalmente devido à globalização, que nas últimas décadas se intensificou e tornou os mercados mais competitivos e tecnológicos. Nesse sentido, empresas de pequeno e médio porte sofreram esse impacto positivamente tendo em vista que conseguiram acompanhar essas consequências da globalização, e assim, no momento de sua criação já estavam voltadas a intenções de internacionalização.
É importante ressaltar as características desse tipo de empresa, tal como a necessidade da boa reputação da empresa, assim como o conhecimento aprofundado do mercado e do produto. É de extrema necessidade que tenham capacidade de inovação, estratégias de nicho no mercado global, saibam fazer bom uso de parcerias, ter um bom networking, ademais, um uso mais ativo da tecnologia da informação e posse de vantagem tecnológica relevante na arena global. Não obstante, é importante que o empreendedor tenha orientação internacional, ou seja, uma visão global, experiência internacional de trabalho, maior tolerância ao risco, conhecimento técnico e também um bom networking pessoal.
Por outro lado é necessário estar atento aos fatores que podem afetar esse processo de internacionalização, tais como a recorrente homogeneidade dos mercados globais, ou seja, um grande mercado que domine todo o espaço competitivo; um mercado doméstico saturado e também a falta de políticas governamentais que incentivem a internacionalização; também fatores internos na empresa como produtos inovadores e a inserção numa network fazem a diferença no momento da internacionalização. Ainda, para se inserirem no mercado global é comum que leve cerca de dois a quinze anos; quanto maior as atividades entre diferentes países, mais global a empresa seria; e no caso de empresas brasileiras, com atuação nacional tem maior propensão de se internacionalizarem que empresas menos consolidadas nacionalmente.
No Brasil não se tem em abundância as empresas internacionalizadas, por ser um país isolado dentro de suas barreiras naturais, tendo pouco contato com países vizinhos, com exceção da internacionalização de commodities agrícolas e minerais, porém não conta com serviços inovadores de alta tecnologia. E quem mais produz conhecimento e converte-o em riqueza e desenvolvimento são os ambientes acadêmicos ou instituições governamentais, diferentemente do setor privado que não tem tanta participação nesse quesito, e assim cria-se um problema pois as empresas que supostamente deveriam estar nesse cenário de inovação e transformar conhecimento em riqueza. Dessa forma, visando maior confluência entre ambos, foram criados os parques tecnológicos, promovendo assim a cultura da inovação e competitividade entre empresas e instituições de conhecimento.
Por outro lado, vale dizer que “segundo o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Governo Federal, até o final de 2017, 679 cervejarias artesanais foram registradas no Brasil. Entre estas, algumas cervejarias, mesmo com um tempo de operação de mercado mais curto, já têm a intenção ou estão em processo de internacionalização; produção direta ou indireta; parcerias e alianças estratégicas para produção e distribuição; terceirização e importação de produtos; entre outras estratégias de internacionalização”. Dessa forma, no ramo cervejeiro destaca-se algumas das empresas brasileiras ditas born globals que tentam enfrentar o risco de internacionalizar em um país emergente, são elas cervejarias artesanais como a Cervejaria Bodebrown, Cervejaria Tupiniquim, Irmãos Ferraro, Bastards Brewery entre outras.
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Referências:
DE MORAES SILVA, Diego Rafael. Internacionalização Born Global: perspectivas para um novo modelo de desenvolvimento das empresas nacionais.
RIBEIRO, Fernanda Ferreira; PIMENTEL, João Eduardo. Empresas born globals brasileiras: a influência do perfil do empreendedor e da localização geográfica. Caderno de Administração, v. 5, n. 1, 2011.
STOCKER, Fabricio; ABIB, Gustavo. Gerenciamento de Riscos em Born globals: o caso das Cervejarias Artesanais Brasileiras. BBR. Brazilian Business Review, v. 16, p. 334-349, 2019.
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