Iniciada em fevereiro do ano de 2022, a guerra russo-ucraniana completou um ano em fevereiro de 2023. Desde então, as cadeias globais de valor têm sentido grande impacto no fornecimento, produção e escoação de produtos tanto para fora quanto para dentro do continente europeu. O mundo moderno globalizado, no entanto, não permite que os impactos político-econômicos do conflito se mantenham concentrados no bloco europeu. O Brasil e os outros países da periferia mundial também sentem esses impactos em suas economias e principalmente, no que tange ao comércio exterior.
A guerra na Ucrânia causou uma queda significativa nas exportações do país que tem uma economia similar à brasileira, pautada na exportação principalmente de commodities como soja, milho e minério de ferro. Uma vez que os investimentos internos estão voltados parcialmente à guerra, ao mesmo tempo que a instabilidade política e a incerteza econômica afetaram as relações comerciais com outros países, essas exportações sofreram uma redução significativa. Da mesma forma, a Rússia é um importante exportador de commodities, e tendo sofrido duras sanções econômicas como represália pela guerra pelos países do ocidente, a produção da pauta exportadora do país foi realocada na agenda de importância política russa.
Isso, no entanto, configura como um impacto positivo para o comércio internacional do Brasil, uma vez que a exportação desses produtos sofreu grande valorização já que a oferta no mercado internacional sofreu redução e o Brasil se configura como um dos maiores exportadores de milho e trigo juntamente à Rússia e Ucrânia.
Série histórica de exportações de milho do Brasil
Fonte: ComexStat
Série histórica de exportações de trigo do Brasil
Fonte: ComexStat
Como impacto negativo temos que a Rússia é um importante fornecedor de gás natural para a Europa e a guerra teve consequência um aumento dos preços do gás natural na Europa. Dessa maneira, a atividade econômica de países europeus que dependem do gás russo, principalmente Alemanha, podem sofrer uma desaceleração econômica que pode resultar em uma diminuição das importações de produtos brasileiros pelo bloco europeu.
Além disso, a Rússia é também o maior fornecedor de fertilizantes para o Brasil, de forma que o conflito russo-ucraniano tem prejudicado a oferta desses produtos. No entanto, em junho de 2022, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que o fornecimento de fertilizantes ao Brasil continuaria ininterrupto sem grandes impactos devido à guerra. De acordo com a tabela abaixo, percebemos que os valores de importação de fertilizantes não sofreram queda abrupta no mês de referência, representando 10,3% de redução do valor total no ano anterior.
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